“Filhinhos,
cuidado com os ídolos.” 1 Jo. 5.21
Nasci
dentro do catolicismo romano. Todos os domingos lá estavam eu e minha humilde
mãe nas missas. Padre Pinto, hoje Monsenhor, era figura marcante nas
celebrações matinais dos domingos. Minha mãe era devota de Santa Luzia, mas
gostava de comprar os quadros e as imagens dos santos mais famosos da Igreja
Católica - São Francisco de Assis, Nossa Senhora, Coração de Jesus, Santa
Luzia, Pedro e até de Padre Cícero ela tinha uma moldura, imagem. Como boa
católica ela não perdia as missas dos domingos. Tinha uma fé e uma esperança muito
grande de que os “santos” intercederiam pelas suas rezas diante de Deus.
Com
um tempo minha mãe deixou o catolicismo e passou a frequentar uma igreja
evangélica neopentecostal. Dispensou as imagens dos ídolos, as quais faziam
parte de sua antiga crença e religião. Fiquei muito feliz por essa aparente
libertação de minha mãe da idolatria. Mas algo estranho começou a acontecer.
Agora, minha mãe chegava em casa com outros tipos de imagens. Ou ídolos? Todos
os domingos quando minha mãe chegava dos cultos da sua nova “igreja” ou religião
trazia sempre um objeto “santo”. Lembro-me da “vassoura santa” para varrer a
casa e tirar toda “sujeira espiritual”. Ainda tinha o “sal santo” para proteger
a família dos “espíritos maus”. E assim era todas as semanas, minha mãe sempre
trazia um objeto - lenço, óleo, toalha, chaves de madeira, poeira de Israel,
uma rosa... Todos tinham “poder espiritual” para minha mãe - o pastor disse!
Então, ela acredita que Deus a ouviria por meios daqueles “santos objetos”.
Minha
mãe era analfabeta. Mulher simples. Costureira de mão cheia. Mãe dedicada e de fé
inocente. Ela deixou as imagens dos “santos”, pelas imagens dos “objetos”.
Talvez acreditasse ser tão pecadora a ponto de não se sentir digna de Deus
ouvir suas orações. Como pedagogo, sei
que o analfabeto precisa de símbolos pra fazer associações e facilitar a
aquisição do conhecimento. Todas essas religiões beneficiaram para o
amadurecimento da fé de minha mãe em Jesus.
Já
nos seus últimos anos de vida, minha mãe tinha deixado todos os tipos de
ídolos, imagens e objetos. Ela viveu seus últimos dias aqui na terra crendo
somente em Jesus. Ensinei para ela que quem tem Jesus Cristo como ídolo em sua
vida não precisa de mais nenhum tipo de imagem ou objeto para saber que Deus
responde suas orações. Jesus nos justifica e nos dá dignidade diante da
presença santa de Deus. Na verdade os ídolos, os objetos ou quaisquer imagens
de esculturas que atribuímos algum louvor ou adoração terminam substituindo o
lugar de Deus em nossos corações. Graças a Deus que o último “ídolo” de fé para
minha mãe foi Jesus Cristo. Ela orava somente para Jesus. Jogou fora todos os
outros ídolos, imagens e objetos. Amém.
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